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O projeto pioneiro da ULS Santa Maria de rastreio de glaucoma através de um programa de inteligência artificial foi selecionado para abrir os trabalhos do Congresso Mundial dos Hospitais, que se realiza em Setembro, no Rio de Janeiro. Essa honra caberá ao Serviço de Oftalmologia da ULSSM, liderado por Mun Faria, um dos três exemplos internacionais de inovação em Saúde selecionados por um júri de peritos da Universidade de Stanford (EUA) entre dezenas de candidaturas a nível mundial.
O Serviço de Oftalmologia da Unidade Local de Saúde de Santa Maria foi o primeiro a testar a nível internacional, em 2023, o programa de inteligência artificial no rastreio do glaucoma, a principal causa de cegueira irreversível no mundo. Este novo exame permite dar um diagnóstico da doença em segundos, substituindo um circuito de sete exames com cerca de uma hora de duração, poupando recursos e acelerando o tratamento.
“O objetivo agora é criar um gabinete na ULS Santa Maria para resposta integrada aos utentes referenciados pelos centros de saúde para rastreio com este programa”, conta Rafael Barão, médico do Serviço de Oftalmologia que vai representar a ULSSM na abertura do Congresso Mundial dos Hospitais. “Queremos aumentar o número de doentes observados, levando a diagnósticos mais precoces e aumentando a taxa de diagnósticos”.
Luís Abegão Pinto, responsável pela Consulta de Glaucoma da ULSSM, explica que “com este novo exame, basta tirar uma fotografia aos olhos e em segundos o programa dá-nos um diagnóstico bastante exato sobre a doença. Isso permite-nos, no mínimo, duplicar a capacidade de exames diários e ficar apenas com os doentes que realmente precisam de fazer o resto do processo”.
O glaucoma é uma doença de difícil diagnóstico e a principal causa de cegueira irreversível no mundo. Estima-se que cerca de 400 mil pessoas sofram desta doença em Portugal, metade delas por diagnosticar.
