O Serviço de Imunoalergologia da ULSSM, Centro de Excelência da WAO (World Allergy Organization) desde 2019 (https://www.worldallergy.org/wao-centers-of-excellence/europe/centro-hospitalar-universitario-lisboa-lisbon-portugal), vem associar-se às celebrações da Semana Mundial da Alergia de 23 a 29 de junho, este ano sob o mote “Ultrapassando obstáculos na alergia alimentar” (https://www.worldallergy.org/resources/world-allergy-week).
A alergia alimentar afeta 1 a 10,8% da população mundial e tem vindo a ser cada vez mais frequente em pessoas de todas as idades, em todo o mundo, tornando-a assim num problema de saúde global.
A alergia alimentar consiste numa reação adversa a alimentos, tendo por base um mecanismo imunológico e pode manifestar-se através da ingestão, contacto ou inalação dos alergénios do alimento, podendo ser fatal!
Existem várias manifestações clínicas de alergia alimentar de acordo com o mecanismo imunológico subjacente, nomeadamente na alergia alimentar IgE mediada, os sintomas podem variar, desde síndrome de alergia oral, urticária/angioedema, sintomas respiratórios e gastrointestinais até anafilaxia; alergia não IgE mediada, com sintomas gastrointestinais e cutâneos e a alergia alimentar do tipo misto (IgE e não IgE-mediada), donde se salientam as doenças eosinofílicas gastrointestinais, em especial a esofagite eosinofílica.
A alergia a alimentos pode surgir em qualquer idade e qualquer alimento pode induzir reação alérgica. Os alimentos mais frequentemente reportados são o leite, ovo, trigo, peixe, soja, amendoim, frutos secos, frutos frescos e marisco. Na criança, a maioria das alergias alimentares é transitória e principalmente causada pelo leite, ovo, trigo e soja. No entanto, algumas persistem ou podem surgir na adolescência e idade adulta, sendo mais comum a alergia a frutos secos e frescos, peixe e marisco. O estabelecimento de um correto diagnóstico por médico Imunoalergologista experiente em alergia alimentar é extremamente importante para evitar subdiagnósticos ou diagnósticos errados, que implicam a ocorrência de reações alérgicas potencialmente fatais ou dietas de evicção alimentar restritivas desnecessárias e que podem ter consequências graves como desnutrição, alterações psicológicas e impacto significativo na qualidade de vida dos doentes e seus familiares. A prevenção das reações alérgicas graves é possível com educação e tratamento adequado. O reconhecimento e tratamento precoce de anafilaxia com adrenalina autoinjectável é fundamental!
A divulgação deste tema tem como objetivo educar sobre a alergia alimentar, não só doentes e seus cuidadores, mas também o público em geral, profissionais de saúde, decisores políticos, representantes da indústria farmacêutica e media. Desta forma pretende-se contribuir para um diagnóstico mais precoce e preciso, uma melhoria da acessibilidade e da abordagem destes doentes, de forma a proporcionar-lhes mais segurança e uma melhor qualidade de vida.
O Serviço de Imunoalergologia da ULSSM tem desde 2005 uma área diferenciada de Alergia Alimentar, coordenada pela Dra. Célia Costa, com a colaboração da Dra. Fátima Duarte. Nesta área, que inclui Consulta Externa e Hospital de Dia, são realizadas consultas de alergia alimentar na idade pediátrica e no adulto. Recentemente foi criada uma consulta específica de Esofagite Eosinofílica. Desta forma é prestada uma assistência altamente diferenciada a doentes com alergia alimentar, crianças e adultos, assegurando um apoio multidisciplinar, quer no diagnóstico e na terapêutica, quer na sua profilaxia e também promove o ensino pré e pós-graduado e a investigação científica nesta área, com múltiplas publicações nacionais e internacionais.
No âmbito da comemoração da semana da alergia, poderá aceder ao webinar “Overcoming Food Allergy Obstacles” no dia 25 de junho pelas 12 horas. Informação disponível no site: https://www.worldallergy.org/resources/world-allergy-week
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