O Serviço de Imunoalergologia do CHULN, Centro de Excelência da WAO (World Allergy Organization) acreditado desde 2019 (https://www.worldallergy.org/wao-centers-of-excellence/europe/centro-hospitalar-universitrio-lisboa-lisbon-portugal), vem associar-se às celebrações da Semana Mundial da Alergia de 18 a 24 junho, este ano sob o mote “As Alterações Climáticas Agravam as Alergias”, focando-se na gestão das doenças alérgicas face às mudanças ambientais, pretende sensibilizar e alertar a população para os malefícios das alterações climáticas na qualidade de vida de todos.
De acordo com as Nações Unidas, a “temperatura média da superfície da Terra é agora cerca de 1,1°C mais quente do que era no final de 1800 (antes da revolução industrial) e mais quente do que em qualquer momento nos últimos 100.000 anos. A última década (2011-2020) foi a mais quente já registada e cada uma das últimas quatro décadas foi mais quente do que qualquer década anterior desde 1850. Como a Terra é um sistema onde tudo está conectado, mudanças numa área podem influenciar mudanças em todas as outras.” (https://www.un.org/en/climatechange/what-is-climate-change)
Quais são os principais dos efeitos das mudanças climáticas?
A mudança climática é global, afetando-nos a todos. O aumento das temperaturas, o aquecimento dos oceanos, o aumento do nível do mar e o degelo acelerado dos glaciares são alguns dos efeitos mensuráveis da mudança climática, juntamente com secas intensas, aumento da poluição do ar, escassez de água, épocas polínicas mais precoces, intensas e duradouras, incêndios graves, cheias, tempestades catastróficas e o declínio da biodiversidade.
Como é que as mudanças climáticas se relacionam com as alergias?
As pessoas com alergias e ou asma são mais suscetíveis aos efeitos das mudanças climáticas sobretudo nas crianças e nos idosos. As alterações do clima podem desencadear ou agravar os sintomas de alergia e ou asma porque as estações polínicas são mais intensas e mais prolongadas. A “asma de tempestade” caracteriza-se por picos epidémicos de recorrência aos Serviços de Urgência, por agudização da asma durante as tempestades com trovoada e que estão associadas à maior dispersão e exposição de grãos de pólenes e esporos de fungos.
Qual o contributo dos médicos especialistas de Imunoalergologia?
Podem ajudar os doentes a entender que as mudanças climáticas impactam na sua saúde, identificar os desencadeantes dos sintomas, encontrar os melhores tratamentos, prevenir o agravamento dos sintomas e manter a qualidade de vida em ambientes sujeitos a mudança. Alertar não só os doentes mas também os governantes, para a necessidade de um ambiente de interior e exterior saudável.
Como conseguimos ter um ambiente saudável para sermos saudáveis?
Se os nossos ambientes se tornarem menos urbanizados e consequentemente menos poluídos, teremos menos problemas para nos mantermos saudáveis. Melhorar a qualidade do ar é essencial para diminuir a alergia respiratória. Proteger e expandir a biodiversidade com o objetivo de proteger a vida humana. Mitigar os efeitos do aquecimento global pode ajudar a prevenir alergias e aparecimentos de novos sintomas ou agravamento dos já existentes. Aprender e compreender a relação entre a natureza e as pessoas podem melhorar a saúde de todos.
No âmbito da comemoração da semana da alergia poderá aceder ao webinar “Climate Change Worsens Allergies: Be Ready” no dia 20 de junho pelas 13 horas. Informação disponível no site: https://www.worldallergy.org/resources/world-allergy/world-allergy-week-2023.
A WAO é uma organização científica internacional que engloba 108 sociedades regionais e nacionais de alergologia e imunologia clínica de todo o mundo. Os Centros de Excelência da WAO têm como objetivo intensificar e acelerar a inovação científica e clínica multidisciplinar, a educação nas áreas da Alergologia, Asma e Imunologia Clínica e a advocacia em todo o mundo.
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