Durante 10 minutos, o médico fisiatra analisa as queixas da doente, vai traçando a sua história clínica, levanta soluções para aquela dor crónica no cotovelo. O diálogo é o habitual numa consulta de Medicina Física e de Reabilitação, mas no final há uma grande novidade: o médico carrega no botão de stop na aplicação do computador que gravou toda a conversa e que em segundos gera o relatório clínico desta consulta.
As equipas clínicas da ULS Santa Maria vão ter ao seu dispor esta nova ferramenta, o DocPort, uma aplicação de Inteligência Artificial desenvolvida para a geração de relatórios clínicos, tarefa que retira cerca de 40% do tempo de trabalho dos profissionais de saúde. Inovação que materializa uma das prioridades assumidas pelo Conselho de Administração para a ULSSM, a agilização de processos e combate à burocracia.
A primeira ação de formação na ULSSM sobre o DocPort, solução desenvolvida pela empresa Verticare, decorreu nesta semana com o apoio da Microsoft. Além da Medicina Física e de Reabilitação, especialidades como Ginecologia, Genética Médica, Cirurgia Plástica, Nefrologia e Psiquiatria, Pediatria, Pneumologia ou Pedopsiquiatria puderam já experimentar as potencialidades da aplicação.
Um investimento que se insere numa estratégia de redução do trabalho burocrático, libertando tempo dos profissionais para outras atividades importantes, como os cuidados aos doentes e a investigação.
“Inovação em linha com as boas práticas internacionais e uma ferramenta moderna para combater a burocracia. Ouvimos várias vezes, nos contactos mantidos com os médicos, esta situação como uma prioridade e procuramos também nesta área encontrar a melhor resposta”, realça o Presidente da ULSSM, Carlos das Neves Martins.
Esta ferramenta vai ser apresentada esta semana à medicina geral e familiar e nas próximas semanas a novos serviços da instituição.
