Moisés Henrique Santos Conceição, 63 anos, ilustra com a sua história de sucesso os avanços que os tratamentos inovadores para a hepatite C tiveram e que vieram revolucionar a qualidade de vida e o bem-estar dos utentes que padeciam dessa patologia.O seu percurso no Hospital de Santa Maria começou mais ou menos há 30 anos atrás, quando foi diagnosticado com o vírus da hepatite C, numa altura em que não existia cura. Estava a ser acompanhado pelo Prof. Tato Marinho, tendo feito um tratamento que durou 6 meses, e que era constituído pela toma de 3 injeções sub-cutâneas por semana. Ao fim desses 6 meses os valores estavam francamente positivos, mas com a paragem do tratamento os valores regrediram e o vírus reativou continuando com a hepatite C.
O processo de introdução dos medicamentos inovadores para a hepartite C, em Portugal, foi um processo demorado que sensibilizou os portugueses, mas que criou divisões no que diz respeito ao preço do fármaco. Foi uma negociação intensa, dura e muito sofrida por todos os intervenientes no processo, desde os doentes, passando por vários organismos públicos e Ministério da Saúde.
As negociações decorreram com fortes pressões mediáticas, sendo a mais visível a que ocorreu no parlamento com um doente a apelar ao Ministro Paulo Macedo “ Sr. Ministro não me deixe morrer” apelando ao seu acesso ao tratamento inovador.
Para Moisés Conceição o papel do Serviço de Gastrenterologia e Hepatologia do Hospital de Santa Maria e das suas equipas foi meritório, não deixando de destacar o papel do Prof. Rui Tato Marinho como exemplar desde a sua primeira consulta. Sempre atento e disponível para ouvir, dando força e procurando sempre encontrar as melhores soluções para o seu caso, transmitindo sempre muita esperança, e acreditando que iria conseguir o acesso a tratamentos que o levariam à cura: “Foram tempos conturbados mas o Prof. Tato Marinho foi excepcional, pois nós como doentes, face às notícias alarmistas de que iríamos ser cobaias para os medicamentos “x” e “Y”, chegávamos à consulta no hospital cheios de ansiedades, receios e medos, mas o Prof. com um jeito sereno, desmistificava as coisas, falando-nos com verdade e seriedade sobre os riscos que corríamos.”
Depois de realizar um segundo tratamento com a duração de um ano, com a toma da Ribavirina, ficou curado ”graças ao Prof. Tato Marinho e a Deus, a quem devo estes últimos 30 anos de vida”.
Recordamos que o Hospital de Santa Maria foi das primeiras unidades de saúde do país, a tratar o vírus da hepatite C com medicamentos inovadores. Com efeito, quando em 2015, foi disponibilizado o tratamento com o fármaco sofosbuvir, já o hospital disponibilizava estes fármacos aos seus doentes, sendo de salientar a posição compreensiva e Humana, próximo e em contacto com os doentes do Conselho de Administração à data, presidido pelo Dr. Carlos Martins, que custeou os fármacos ainda antes da sua aprovação para os doentes mais graves. Para Carlos das Neves Martins, a saúde tinha de deixar de ser vista como um custo e passar a ser vista como um investimento, pois a vida humana não tem preço, posição que assumiu de forma assertiva nas decisões sobre o tratamento da hepatite C.
Fizemos vários ensaios pioneiros a nível Internacional com duas publicações no New England Journal of Medicine em 2014.
O Hospital de Santa Maria, ULSSM, como centro de referência no tratamento de doentes com hepatite C, contou sempre com profissionais que souberam ir ao encontro das necessidades dos doentes, procurando corresponder às suas reais expectativas, assegurando sempre as respostas mais adequadas, sendo um exemplo de liderança na inovação e na permanente dedicação ao interesse dos cidadãos, em particular daqueles que se encontram em situação mais vulnerável.
Os investigadores que identificaram o vírus da hepatite C viriam a ser galardoados com o Prémio Nobel em 2020. Os fármacos são eficazes em 97% dos casos na eliminação do vírus, administrados de forma oral, sem efeitos adversos, durante 8-12 semanas. A eliminação do vírus é definitiva, estando associado à redução do risco de cirrose e de evolução para carcinoma hepatocelular. O Vírus da Hepatite C é classificado como oncogénico pela OMS.
O nosso hospital, pioneiro nesta terapêutica desde 2014, já tratou mais de 3500 doentes, 135 em 2023 e 115 no primeiro semestre de 2024. A eficácia é superior a 95%.
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