Nos últimos três anos, a Unidade de Hospitalização Domiciliária permitiu acompanhar 463 doentes em casa, dando mais conforto às pessoas, e libertar as camas de hospital, necessárias para internamento.
Nos últimos três anos, desde que foi criada, a Unidade de Hospitalização Domiciliária do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, acompanhou em casa 463 doentes, permitindo libertar vagas no internamento e proporcionar maior conforto ao utente.
Os dados foram avançados pela responsável da unidade, Teresa Rodrigues, que esta terça-feira fez o balanço dos primeiros três anos de atividade da equipa composta em permanência por um médico e quatro enfermeiros, além das duas coordenadoras e de outros profissionais de saúde que podem ficar de prevenção.
As visitas aos 10 doentes acompanhados em casa são feitas todos os dias presencialmente durante a manhã e à tarde em função das necessidades e tratamentos a ministrar, embora Teresa Rodrigues tenha salientado que a assistência é feita 24 horas por dia.
A coordenadora da Unidade de Hospitalização Domiciliária do Hospital de Santa Maria destacou as vantagens no que toca “ao conforto do doente”, à libertação de camas no hospital, porque “há muitos doentes para internar e não há vagas nos internamentos”, o trabalho “de capacitação” feito junto dos cuidadores sobre os cuidados a prestar, como a alimentação ou medicação, e a “proteção das infeções hospitalares”.
“Podemos levar doentes menos graves para casa, deixando lugar para aqueles que não possam mesmo estar em casa”, disse Teresa Rodrigues, em declarações à agência Lusa.
Segundo a especialista na área da medicina interna, “as infeções hospitalares são uma nuvem negra que paira sobre médicos, doentes, profissionais de saúde em geral” e que com este sistema reduz o risco de essas situações acontecerem.
“Todos nós sabemos que as bactérias hospitalares são altamente agressivas e o doente quando está no hospital entra por um motivo, pode acabar por ter uma infeção hospitalar, que é algo que ninguém deseja, e acaba por complicar a sua situação clínica de base”, acrescentou Teresa Rodrigues.
De acordo com a coordenadora, para que o doente possa integrar este sistema é imperioso ter um cuidador 24 horas por dia, para caso exista uma emergência haver quem contacte a equipa de apoio.
Outra das vantagens elencadas pela médica internista é “o doente poder ficar em casa, no seu cadeirão, com a sua comida, a sua casa de banho, a sua televisão, acompanhado por um cuidador ou familiar”.
Teresa Rodrigues enfatizou ainda o foco total que o doente tem do médico e enfermeiro quando vão a sua casa, uma atenção mais dispersa numa enfermaria com mais pessoas.
“Essa atenção é inestimável”, considerou a coordenadora da unidade, uma das 36 existentes no país, sete anos após a criação do primeiro serviço de hospitalização domiciliária em Portugal, no Hospital Garcia de Orta, em Almada, referiu a médica internista.
A responsável informou existirem meios telemáticos de monitorização à distância, utilizados temporariamente apenas durante a pandemia, por um lado, porque esse trabalho é feito presencialmente, mas também por na área geográfica do Hospital de Santa Maria existir “pouca rede” móvel.
Teresa Rodrigues tinha a ambição de aumentar até ao final do último ano para 20 as vagas no internamento domiciliário, mas não foi possível por falta de recursos humanos e prevê que esse alargamento “não vai ser uma coisa imediata”.
A solução poderá estar na entrada de novos médicos ou na inclusão no projeto dos profissionais de medicina geral e familiar, reforçou a coordenadora.
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