Vou ser Anestesiado

Parto

Perguntas frequentes

Analgesia do Trabalho de Parto

 

O trabalho de parto é doloroso?

A dor do trabalho de parto é influenciada por muitos fatores (físicos, psicológicos, sociais, culturais, …) e difere de grávida para grávida, mas a grande maioria descreve a dor de parto como algo extremamente doloroso. Na nossa maternidade, mais de 90% das mulheres solicitam ajuda para alívio das dores.

 

A dor do trabalho de parto é sempre igual?

Não! No início, assemelha-se a fortes dores menstruais. Normalmente, a partir dos 3-4cm de dilatação do colo uterino (fase ativa) as contrações tornam-se regulares, cada vez mais próximas umas das outras e progressivamente muito mais fortes.

 

Existe algo que eu possa fazer durante a gravidez para melhorar o que vou sentir durante o parto?

O nosso Serviço oferece uma sessão de esclarecimento de informação às grávidas e acompanhantes, onde são esclarecidas todas as dúvidas relacionadas com a analgesia do trabalho de parto e as opções anestésicas para cesariana. Estas sessões de grupo são orientadas por um Anestesiologista que trabalha na maternidade, e decorrem todas as quartas-feiras entre as 14h30 e as 15h30. São agendadas nas consultas de Obstetrícia – pré-natal ou de alto risco.
É também uma grande ajuda frequentar aulas de preparação para o parto. Na nossa maternidade, estas aulas são orientadas por Enfermeiras parteiras que trabalham no local que a irá receber. Podem ensinar-lhe muito acerca da gravidez, do parto e de como cuidar do seu bebé. Perceber o que poderá acontecer durante o trabalho de parto fará com que se sinta menos ansiosa.
Também é muito útil visitar a nossa maternidade antes da data prevista para o parto. Tudo isto a irá ajudar a descontrair e a lidar melhor com a situação.

O que é um anestesiologista?

O anestesiologista é um médico especialista que tem várias competências médicas. Numa maternidade, o anestesiologista integra uma equipa multidisciplinar, trabalhando em simultâneo com os obstetras, os enfermeiros, os pediatras, e todos os outros profissionais de saúde presentes na prestação de cuidados à grávida e ao recém-nascido. Ele será o responsável direto por ajudá-la a controlar a dor do parto, a anestesiá-la se tiver que ser submetida a uma cesariana e a lidar com outras situações que pudessem pôr em perigo a sua vida ou a do seu bebé (por exemplo, uma reação alérgica).

Estarei sempre acompanhada por um anestesiologista?

Sim. Na maternidade do CHLN existe um anestesiologista em permanência física 24/24h, 365 dias/ano.

Todas as grávidas recebem analgesia do trabalho de parto?

A analgesia do trabalho de parto é facultativa! A grávida decide sempre em conjunto com o anestesiologista de serviço quando quer iniciar alguma técnica analgésica.

A partir de que momento posso pedir ajuda no controlo da dor?

A partir do momento em que sente que a dor a está a incomodar. Dependendo da fase do trabalho de parto em que se encontra, o anestesiologista irá oferecer-lhe o tipo de analgesia que melhor se adapte a si e a essa fase.

Quais os métodos disponíveis para aliviar as dores?

Existem vários tipos: não farmacológicos e farmacológicos. Normalmente, quando a dor se torna muito incomodativa, sendo necessária a intervenção do anestesiologista, apenas os métodos farmacológicos são eficazes. Se estiver numa fase de trabalho de parto muito inicial, poderá ser dada medicação endovenosa (através do soro). Se já estiver numa fase mais avançada poderemos optar pela analgesia do neuroeixo.

O que é a analgesia do neuroeixo (loco-regional)?

A analgesia do trabalho de parto com técnicas loco-regionais tem como objetivo o bloqueio ou a minimização da dor durante o mesmo, sem no entanto atrasar a sua evolução e garantindo a máxima segurança quer da mãe quer do bebé. A técnica mais conhecida é vulgarmente designada por EPIDURAL, mas existe também a técnica SEQUENCIAL (muito semelhante à epidural, difere apenas na primeira dose de medicação que é administrada) que é utilizada em cerca de 90% dos casos na nossa maternidade.

Como é que é feita a epidural/sequencial?

A técnica é realizada quando a grávida, em trabalho de parto, começa com desconforto doloroso e a solicita, quer tenha apenas 1cm de dilatação quer esteja próxima dos 10cm finais. É uma técnica minimamente invasiva que obriga a condições de esterilização. Em primeiro lugar será necessário colocar um acesso intravenoso (picar uma veia) e administrar um soro (normalmente é necessário receber soro durante o trabalho de parto, mesmo por outras razões). A técnica é praticamente indolor, sendo realizada ao nível da coluna lombar com a grávida em posição sentada ou deitada de lado. Após a desinfeção da pele com um líquido fresco, irá sentir uma pequena picada nas costas e um ligeiro ardor – é a anestesia da pele. A partir desse momento, apenas irá sentir uma pressão no local de inserção da agulha. Quando a técnica escolhida é a SEQUENCIAL, através desta agulha passa outra muito mais fina que nos irá permitir a administração de analgésicos com efeito quase imediato. Após retirar esta última, colocamos o cateter (tubo fino de plástico) perto dos nervos que transmitem a dor que vem do útero, e que eventualmente pode ser acompanhado de uma sensação transitória de “choque” numa das pernas. É através deste cateter que iremos administrar o reforço analgésico sempre que necessário. Quando a escolha é a EPIDURAL, apenas se introduz o cateter epidural, sendo o início do efeito analgésico ligeiramente mais demorado (10 a 15 minutos). O último passo consiste em retirar a primeira agulha e fazer o penso.
Habitualmente, a técnica demora entre 5 a 10 minutos a ser realizada. É de facto importante manter-se imóvel enquanto o anestesiologista realiza a epidural/sequencial, e avisá-lo sempre que sentir que está a começar uma contração, mas depois do cateter estar bem colocado, poderá mover-se à vontade. Uma vez que o cateter esteja no sítio, podem aplicar-se fármacos para alívio das dores, quantas vezes forem necessárias, ou continuamente através de um sistema de bomba.

Quais as principais vantagens da epidural/sequencial?

A técnica epidural/sequencial constitui o procedimento mais eficaz para anular ou tornar muito suportável a dor produzida pelas contrações uterinas. Não impede que o trabalho de parto evolua nem que a mãe consiga fazer força para ajudar o seu bebé a nascer. Pode ser feita em qualquer altura do trabalho de parto, desde que exista indicação médica. A analgesia conseguida com esta técnica é segura, tanto para a mãe como para o bebé, podendo mesmo diminuir a duração do trabalho de parto e aumentar o bem-estar fetal. O bebé pode nascer por parto natural ou por cesariana sem que a mãe tenha dores, desfrutando da melhor maneira deste acontecimento. Se for necessário o obstetra utilizar forceps ou ventosa para ajudar o bebé a nascer, podemos aumentar a dose de medicamentos epidurais para que este não seja um processo doloroso para a mãe. A amamentação é também geralmente facilitada.

Quais as principais desvantagens?

A epidural/sequencial pode ter alguns efeitos secundários, mas todos transitórios e de intensidade ligeira a moderada. O anestesiologista estará atento a estes efeitos e tomará as medidas necessárias se for preciso. Pode surgir: diminuição da tensão arterial, prurido (comichão), parestesias (formigueiros nos membros inferiores), dificuldade para urinar espontaneamente (se for necessária a algaliação, esta é indolor).
Também podem surgir algumas complicações. As mais importantes são a falência da técnica e a dor de cabeça.
A falência da técnica, considerada quando a analgesia é incompleta (a grávida pode ter alívio numa região do corpo, mas haver uma pequena região onde a epidural não surte efeito), surge em 10% dos casos. Eventualmente, o anestesiologista poderá propor-lhe colocar o cateter epidural outra vez.
As dores de cabeça (cefaleia pós-punção da duramater) ocorrem em cerca de 1% dos casos e surgem normalmente algumas horas após o nascimento do bebé. A grande maioria são autolimitadas e passam com medicação analgésica oral e repouso em 2 a 3 dias. O anestesiologista acompanhará sempre a evolução desta situação. Em casos raros, quando a dor de cabeça impede que a puérpera tenha uma atividade normal apesar da medicação oral, poderá ser-lhe proposto um outro método terapêutico – Blood-patch (tampão sanguíneo), que consiste na realização de nova técnica epidural à puérpera, com administração de sangue da própria, colhido no momento.
Existem muitas outras causas de dor de cabeça durante o puerpério, mas o anestesiologista avaliará todas as situações, fazendo o diagnóstico diferencial entre elas e orientando as terapêuticas a seguir.

Quem é que não pode receber uma epidural/sequencial?

Quase todas as grávidas podem, se o desejarem, receber uma epidural/sequencial.
Existe apenas uma pequena percentagem de grávidas onde estas técnicas estão contraindicadas: 1) se tiver uma coagulopatia (alterações na coagulação do sangue) hereditária ou adquirida; 2) se tiver uma infeção/lesão da pele na zona lombar; 3) se tiver uma infeção grave no organismo (sépsis); 4) se tiver alergia a algum dos medicamentos a utilizar na epidural; 5) se tiver tido uma hemorragia muito grande e a tensão arterial estiver muito baixa.

E se eu não puder receber uma epidural/sequencial?

Se não puder receber uma epidural/sequencial existem outros métodos farmacológicos alternativos para controlar a dor. Nenhum é tão eficaz como as técnicas do neuroeixo, mas ajudarão bastante.
Petidina: é habitualmente administrada pelo soro. Pode deixá-la meia a dormir, mas poderá também diminuir-lhe a ansiedade e o medo perante a dor. No caso de lhe provocar náuseas, tomará medicação para reduzir este efeito. É possível que o seu bebé também fique sonolento, mas existe um antídoto que poderá ser injetado logo depois do nascimento. A petidina atrasa a digestão, o que pode ser um risco se for necessária uma anestesia geral.
A petidina é também o medicamento geralmente utilizado, na sala de partos, quando a grávida manifesta dor e ainda não está em trabalho de parto (p.e. na indução do trabalho de parto).
Protóxido de azoto: é um gás analgésico que se administra, misturado com o oxigénio, através de uma máscara ou de um dispositivo bocal. Atua de forma muito simples e rápida, perdendo o efeito em poucos minutos. Poderá fazê-la sentir-se tonta ou enjoada, mas durante pouco tempo. Não tem efeitos nocivos para o bebé e dá-lhe oxigénio extra, o que poderá ser benéfico para si e para o bebé. Não irá tirar-lhe completamente a dor, mas poderá ser uma boa ajuda. Pode ser usado em qualquer momento durante o trabalho de parto, e é a grávida que controla a quantidade de gás que utiliza. Para que haja um bom resultado analgésico é importante que faça a administração de forma correta (como será explicado pelo anestesiologista que a acompanhará).
Remifentanil: a seguir à epidural/sequencial este é o método mais eficaz no controlo da dor. O remifentanil é um medicamento da “família” da petidina, mas muito mais potente. É administrado, à grávida, através de uma máquina com um botão que ela própria controla. Atua extremamente rápido e também rapidamente é eliminado pelo organismo da mãe, não originando efeitos nocivos no bebé. No entanto, como pode ter alguns efeitos secundários de instalação rápida, necessita de uma vigilância muito apertada pelo anestesiologista.

E se for necessária uma cesariana?

Para uma cesariana, existem dois tipos de anestesia possíveis: a anestesia loco-regional (epidural, sequencial ou subaracnoideia) e a anestesia geral. Sem dúvida alguma, a técnica loco-regional é muito mais benéfica e segura para si e para o seu bebé. Por isso, apenas quando a grávida tem alguma contraindicação para a realização da loco-regional, ou se a cesariana é considerada muito urgente pelo obstetra, é que fazemos uma anestesia geral. Na maioria dos casos é possível evitar a anestesia geral. Nas grávidas que já têm o cateter epidural colocado basta injetar um medicamento mais forte por ele, de forma a obter a anestesia adequada à operação. Quando a grávida ainda não tem o cateter colocado, e desde que medicamente não haja contraindicação, a técnica loco-regional será realizada no bloco operatório, exatamente nos mesmos moldes descritos para a analgesia do trabalho de parto.

O que sentirei durante a cesariana com uma anestesia loco-regional?

A anestesia loco-regional (anestesia epidural, sequencial ou subaracnoideia) gera, habitualmente, uma sensação de adormecimento do corpo abaixo do nível do peito. As pernas perderão a sensibilidade e deixará de as conseguir mexer (com uma sensação de peso) durante cerca de 2 horas. Após a realização da técnica, o tempo necessário para obter o efeito completo do anestésico local depende da técnica utilizada: se for uma epidural demorará entre 15 a 20 minutos; se for uma sequencial ou subaracnoideia será muito mais rápido (5 a 10 minutos). Poderá sentir alguns efeitos secundários, tais como uma sensação de desmaio iminente ou algumas náuseas ou vómitos (devidos a uma diminuição da tensão arterial). O anestesiologista estará a vigiar atentamente todos os seus sinais vitais e tomará todas as medidas necessárias para minimizar estes efeitos.
Durante a cesariana, é frequente sentir-se mexer na barriga (puxar e empurrar); não deve ficar alarmada! Poderá sentir uma dor leve, tratável com um analgésico dado na veia ou inalado (respirando através de uma máscara ou de um bocal). Raramente poderá sentir uma dor severa. Se isto acontecer, o anestesiologista provavelmente dar-lhe-á, de forma rápida, uma anestesia geral e ficará a dormir.

Como é que é feita uma anestesia geral para cesariana?

Se a cesariana for muito urgente (e não houver tempo para instalar uma anestesia epidural ou subaracnoideia), ou se a grávida não puder ou não quiser receber uma anestesia loco-regional, é necessário recorrer à anestesia geral.
Em primeiro lugar, e se ainda não estiver colocado, será introduzido na sua mão, ou braço, uma espécie de agulha a que chamamos cateter intravenoso. Será por este dispositivo que serão administrados os medicamentos que a porão a dormir. Um risco da anestesia geral é a passagem de conteúdo ácido do estômago para os pulmões enquanto está a dormir. É por este motivo que não é permitido às grávidas ingerirem alimentos sólidos durante o trabalho de parto. Para reduzir este risco, poderão dar-lhe medicamentos através do soro e um medicamento anti-ácido para beber. No bloco operatório vão colocar uma máscara na sua cara para que respire oxigénio através dela. A máscara pode ser desconfortável mas é importante para lhe fornecer o oxigénio que precisa. Só quando os obstetras tiverem tudo preparado para o início da cesariana é que lhe será administrada a anestesia geral. Deste modo, a quantidade de anestesia que poderá passar para o seu bebé é quase nula. De qualquer modo, na nossa maternidade está sempre presente, em todas as cesarianas, um neonatologista (pediatra especializado em recém-nascidos) que avalia o bebé de imediato, ajudando-o a respirar em caso de necessidade.
O seu/sua acompanhante não poderá estar consigo no bloco operatório mas estará por perto.
Durante a anestesia geral não sentirá, não ouvirá nem verá nada, mas assim que a cesariana acabar, todos os medicamentos anestésicos serão suspensos e acordará em poucos minutos. Será de imediato transferida para a sala de recobro, onde poderá ver o seu bebé.
Antes de acordar serão administrados medicamentos, pelo soro, para as dores do pós-operatório. No entanto, quando acordar poderá sentir dor de garganta ou sentir-se nauseada. Terá à sua disposição mais analgésicos e medicamentos para o enjoo se precisar.

A seguir à cesariana terei muitas dores?

Não. Além dos analgésicos que serão administrados ainda no bloco operatório, o anestesiologista deixará instruções escritas para que lhe sejam administrados medicamentos para as dores, durante as 48 horas que se seguem à cesariana. Se tiver um cateter epidural colocado, um dos medicamentos será administrado por ele com grande eficácia. Poderá ter algumas náuseas, mas também lhe darão medicamentos para anular esse efeito secundário. Se não tiver cateter epidural, toda a medicação para as dores terá que ser dada através do soro, mas neste caso a eficácia não será tão grande uma vez que estamos limitados pela amamentação – os medicamentos dados no soro, como chegam ao leite materno, têm que ser bem escolhidos e dados em doses mais pequenas.

Antes do parto, seja ou não uma cesariana, devo ser consultada por um anestesiologista?

É sempre importante a comunicação direta com o anestesiologista. As nossas grávidas são acompanhadas regularmente nas consultas de Obstetrícia da maternidade (consulta pré-natal, consulta de alto risco), e os próprios obstetras fazem a triagem das grávidas que necessitam de uma consulta individual com o anestesiologista. Normalmente são grávidas com algum problema grave de saúde que poderá pôr em perigo a vida da mãe ou do bebé na altura do parto. Esta consulta decorre às sextas-feiras de manhã.
Todas as outras grávidas “saudáveis do ponto de vista anestésico” deverão assistir à sessão de esclarecimento realizada às quartas-feiras. Apesar de ser uma consulta de grupo, o anestesiologista terá todo o interesse e motivação para conversar consigo, em particular, no final da sessão, sobre algum aspeto que a esteja a preocupar.

Criança

Consulta de Anestesia Pré-operatória – Crianças

A consulta de anestesia deve ser realizada antes do doente ser submetido a uma intervenção cirúrgica programada. Realiza-se cerca de três semanas antes da data prevista da cirurgia, permitindo fazer o estudo do doente e a avaliação do risco médico-cirúrgico do ato anestésico. Os doentes com maior risco são aqueles que apresentam patologias associadas, como doenças cardiovasculares, respiratórias, endocrinológicas, entre outras.

A consulta de anestesia visa minimizar riscos, prevenir complicações e preparar os doentes para a cirurgia. A maior ou menor complexidade de preparação para uma cirurgia deve ser explicada ao doente, previamente na consulta, e não apenas na véspera da mesma. A avaliação global e criteriosa do estado físico do doente tem por objetivo salvaguardar a sua segurança.

Consulta de Anestesia Geral em Pediatria

Preparação para a Anestesia Geral

A criança deve cumprir o seguinte jejum:

<6 Meses
• Leite Materno: até 4 horas antes da cirurgia
• Leite Adaptado: até 6 horas antes da cirurgia

6 Meses – 3 Anos
• Leite Adaptado e/ou Sólidos: até 6 horas antes da cirurgia
• Água ou Chá: até 2 horas antes da cirurgia

>3 Anos
• Sólidos: até 6 horas antes da cirurgia
• Água ou Chá: até 2 horas antes da cirurgia

Deve suspender os medicamentos naturais, ou não, sujeitos a receita médica, 2 semanas antes da cirurgia.
Deve manter a medicação habitual de acordo com instruções médicas.

No caso de cirurgia ou exame já agendados, informar o respetivo Serviço se:

• Vacinação nas 3 semanas prévias;
• Febre na semana prévia;
• Infeção respiratória – deve aguardar 2 a 3 semanas depois da resolução;
• Contacto ou doença contagiosa da infância (ex. Varicela) – deve aguardar 5 semanas.

No dia da cirurgia
Deve trazer consigo medicação e o boletim de saúde infantil.
Realizará medicação pré-anestésica (para diminuir a ansiedade), aplicação de creme anestésico no dorso da mão para posterior cateterização venosa indolor.

O que é a Anestesia Geral?
A anestesia geral é a forma mais comum de anestesia utilizada em crianças.
Consiste na administração de um conjunto de fármacos que provoca um estado de sono profundo e tranquilo, inconsciência para o ambiente que a rodeia, analgesia e amnésia (ausência de memória) para a cirurgia.
Os fármacos utilizados para iniciar a anestesia podem ser administrados por via inalatória, em que a criança respira uma mistura de oxigénio com gases anestésicos através de uma máscara, ou por via endovenosa através de um cateter que se coloca numa veia.

Efeitos secundários, riscos e complicações associados à Anestesia Geral
Apesar de extremamente segura, existem riscos inerentes quer ao procedimento anestésico quer a cada criança em particular. Podem ocorrer ainda efeitos secundários e, muito raramente, complicações graves.

Efeitos secundários mais frequentes:
 náuseas, vómitos, sonolência e irritabilidade no pós-operatório.

Riscos e complicações:

• Lesão dentária acidental durante manipulação da via aérea ou remoção intencional de peças dentárias  semi-soltas de forma a prevenir a sua aspiração para a via aérea;
• Broncospasmo ou Laringospasmo por manipulação da via aérea;
• Regurgitação e aspiração para a via aérea de conteúdo gástrico (o cumprimento do jejum é fundamental  para uma redução substancial deste risco);
• Anafilaxia/Reações alérgicas aos fármacos usados durante a anestesia;
• Hipertermia Maligna: uma complicação muito rara, associada a suscetibilidade genética. Deve informar o Anestesiologista no caso de existir história de picos febris despoletados pelo exercício físico ou se alguém na família reagiu com aumento da temperatura corporal e rigidez muscular durante uma anestesia geral;
• Paragem Cardiorrespiratória: em casos de anafilaxia grave, instabilidade cardiovascular grave, embolia pulmonar e hemorragia cirúrgica incontrolável/coagulopatia.

 

RECOMENDAÇÕES PÓS-ANESTESIA GERAL EM REGIME DE AMBULATÓRIO

Durante as primeiras 24 horas:

• A criança deve estar sempre acompanhada por um adulto responsável;
• Deve cumprir as orientações do médico responsável;
• Não deve ir para o infantário ou escola;
• Não deve brincar com objetos com arestas vivas e/ou aguçadas, nem praticar desportos, nomeadamente andar de bicicleta, triciclo, skate, patins…;
• No transporte para casa deve ir sentada em cadeira apropriada à idade e com cinto de segurança;
• Antes de ter alta, a criança já ingeriu líquidos, que tolerou. Evitar refeições muito abundantes ou de digestão difícil;
• Se eventualmente se engasgar ou vomitar, deve esperar 30 minutos e recomeçar ingestão de líquidos açucarados (água, chá ou sumos sem polpa, o leite não é permitido nesta fase). Se tolerar pode reiniciar dieta mole e ligeira 30 minutos a 1 hora mais tarde;
• É normal que esteja mais sonolenta e/ou com comportamento diferente do habitual (mais calma e quieta ou mais irrequieta e rabugenta);
• Deve tomar a medicação habitual (por exemplo anti-epilépticos ou outros), a não ser que lhe sejam dadas instruções diferentes;
• Após 24 horas, a criança deve regressar ao seu comportamento habitual.

No entanto, se a criança:

• Estiver muito sonolenta;
• Não se alimentar ou vomitar muito;
• Tiver qualquer sintoma anormal.

Deve telefonar para o contacto fornecido ou ser observada pelo seu médico assistente ou dirigir-se à urgência.

 

Perguntas Frequentes

Analgesia/Anestesia Epidural em Pediatria

O que é uma epidural?

A epidural é um método extremamente eficaz de alívio da dor. Os fármacos utilizados são anestésicos locais, administrados no início, durante e após a cirurgia, através de um tubo muito fino, o cateter epidural.
Este é colocado numa área chamada espaço epidural por punção na região lombar da criança.

 

Como funciona?

O espaço epidural contém nervos que enviam mensagens para o cérebro, entre as quais as sensações de dor. O anestésico local administrado pelo cateter provoca um bloqueio destes nervos, impedindo o envio das mensagens dolorosas e assim da sensação de dor.

 

O porquê da epidural?

As epidurais são usadas principalmente em crianças submetidas a grandes cirurgias abdominais e urológicas e dos membros inferiores, devido à eficácia no alívio da dor.

 

Quem faz a epidural?

O Médico Anestesiologista no bloco operatório irá colocar o cateter epidural na região lombar das costas da criança quando esta já estiver sob anestesia geral. O cateter é feito de material plástico e flexível e através do qual é logo iniciada a administração do anestésico local.

 

Como é efetuada a administração do anestésico local no pós-operatório?

A criança irá para a enfermaria com uma seringa perfusora pré-programada que lhe irá fornecer continuamente a quantidade necessária através do cateter colocado nas costas, mantendo-a confortável após a cirurgia.

 

Efeitos secundários e complicações

Os efeitos secundários mais frequentes, e esperados, são a retenção urinária e imobilidade e/ou formigueiros nos membros inferiores.
As complicações, como a infeção, hematoma no local de punção e alterações neurológicas, são extremamente raras.

 

Quem vai vigiar?

As enfermeiras do Serviço irão monitorizar a criança, verificando os parâmetros vitais. Terão também a visita diária, e sempre que necessário, de um Anestesiologista que irá ajustar a medicação conforme seja necessário.

 

Por quanto tempo vai ser necessário a epidural?

Depende da cirurgia efetuada ser mais ou menos dolorosa, mas habitualmente pode estender-se até às 72 horas. Após o cateter epidural ser retirado, se necessário, poderão ser sempre administrados outros analgésicos por via oral, retal ou endovenosa.

Esclareça qualquer dúvida adicional com o seu Anestesiologista, na consulta de anestesia ou antes da cirurgia.

Questionários

As respostas a este questionário constituem informações muito importantes para uma avaliação médica completa antes de ser anestesiado.

O Serviço de Anestesiologia agradece o preenchimento cuidadoso deste questionário, contribuindo para a segurança da sua anestesia.

Questionário consulta anestesiologia pediátrica

 

Adulto

Consulta de Anestesia Pré-operatória

A consulta de anestesia deve ser realizada antes do doente ser submetido a uma intervenção cirúrgica programada. Realiza-se cerca de três semanas antes da data prevista da cirurgia, permitindo fazer o estudo do doente e a avaliação do risco médico-cirúrgico do ato anestésico. Os doentes com maior risco são aqueles que apresentam patologias associadas, como doenças cardiovasculares, respiratórias, endocrinológicas, entre outras.

A consulta de anestesia visa minimizar riscos, prevenir complicações e preparar os doentes para a cirurgia. A maior ou menor complexidade de preparação para uma cirurgia deve ser explicada ao doente, previamente na consulta, e não apenas na véspera da mesma. A avaliação global e criteriosa do estado físico do doente tem por objetivo salvaguardar a sua segurança.

Questionários

As respostas a este questionário constituem informações muito importantes para uma avaliação médica completa antes de ser anestesiado.

O Serviço de Anestesiologia agradece o preenchimento cuidadoso deste questionário, contribuindo para a segurança da sua anestesia.

Questionário Pré-Consulta de Anestesia